O cenário de esvaziamento das universidades federais do Paraná
aumentou nesta semana, e a greve dos professores ganha força na medida
em que o governo federal demora em apresentar uma proposta. Nesta semana
professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) realizaram um ato
público na Boca Maldita, centro de Curitiba, para apresentar à sociedade
os motivos de mais uma paralisação na instituição.
Aproximadamente 100 docentes participaram das atividades e
distribuíram panfletos e jornais para explicar à população os principais
motivos que levaram à greve que já dura duas semanas. Entre as
principais justificativas dos professores está a precarização das
condições de trabalho na universidade e a não valorização da carreira
dos professores.
"É muito interessante a gente chegar perto da população e poder
esclarecer as nossas razões. Alguns até pediram mais informações sobre
as demais universidades que estão aderindo ao movimento. Muitos
demonstraram que concordam com os nossos motivos", afirma a professora
Adriana Hassel Dalagassa, membro do Comando Local de Greve da Associação
dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR).
A categoria recebeu nesta semana o apoio dos estudantes da UFPR, que
deflagraram greve em amparo à causa dos professores e técnicos das
instituições federais de ensino superior. Na terça-feira (29), o
Diretório Central dos Estudantes (DCE) realizou assembleia no pátio da
reitoria. O encontro contou com a participação de 400 alunos, que
optaram pela paralisação.
Na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) o sindicato que
representa os professores da instituição, Sindutf-PR realizou
assembleia no dia 29, no auditório do câmpus Curitiba. O intuito foi
tratar especificamente dos aspectos relacionados à carreira docente e às
propostas que estão sendo abordadas na mesa de negociação com o
governo. Docentes de 11 do total de 12 câmpus da UTFPR confirmaram
adesão à greve. Apenas os professores do mais novo câmpus da
instituição, localizado em Guarapuava, não definiram seu posicionamento
em relação ao movimento.
O governo federal suspendeu a primeira reunião do governo com o
Comando Nacional da Greve após a deflagração da greve nacional, que
aconteceria na segunda-feira (28). Na opinião do presidente da APUFPR,
Luís Allan Künzle, a atitude reflete a falta de interesse do governo
pelas condições de trabalho dos docentes.
"O que aumenta a indignação dos professores é que o ministro foi até a
televisão dizendo que não tínhamos nenhum motivo para entrar em greve
porque o governo estava fazendo a negociação. Porém, foi o próprio
governo que cancelou essa reunião de negociação que estava marcada. O
fato mostra para a sociedade a situação que os professores estão
passando", diz Künzle.
Fonte: http://www.nota10.com.br/noticia-detalhe/2259_Greve-dos-professores-nas-federais-continua-e-mobilizacoes-recebem-apoio
Nenhum comentário:
Postar um comentário