quinta-feira, 31 de maio de 2012

Greve Atinge 47 Instituições Federais de Nível Superior

Reunião com governo foi cancelada e não há nova data agendada

Professores em greve e alunos da Universidade Federal de Sao Paulo (Unifesp) fazem passeata pela Av. Paulista. (28/05/2012)
Professores em greve e alunos da Universidade Federal de Sao Paulo (Unifesp) fazem passeata pela Av. Paulista. (28/05/2012) (Nelson Antoine / Fotoarena)
Já chega a 47 o número de instituições federais de ensino superior que aderiram à greve iniciada no dia 17 de maio, segundo balanço do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Dessas, 44 são universidades, do total de 59 federais. A partir desta quinta-feira, professores do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow Fonseca, no Rio de Janeiro (Cefet-RJ), também prometem paralisar suas atividades.
 
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Federais: apesar de apelo de Mercadante, greve segue
Mercadante compara problemas das federais a 'dores do parto'


Nesta quarta-feira, segundo o Andes, representantes do sindicato participam da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, onde explicam os motivos da greve e pedem a intervenção dos deputados para a retomada das negociações com o governo. Docentes já estiveram no Senado, onde conversaram com parlamentares e distribuíram uma espécie de kit com informações sobre a mobilização.

Na última segunda-feira, estava prevista uma reunião com o governo para discutir as reivindicações, mas o encontro foi cancelado. A assessoria do Ministério do Planejamento afirma que o governo havia dado o dia 31 de maio como prazo para dar um posicionamento aos docentes, mas eles deflagraram a greve antes. O órgão diz que a reunião foi cancelada porque o governo está reavaliando como tratará a questão.

Entre as reivindicações dos docentes está a reestruturação de um plano de carreira, que teria sido prometido pelo governo federal para março deste ano, com redução de níveis de remuneração (de 17 para 13), variação de 5% entre os níveis e um salário mínimo de 2.329,35 reais referente a 20 horas semanais (atualmente, esse valor é de 1.597,92 reais). Os professores pedem também melhores condições de trabalho e infraestrutura.

Há uma semana, o ministro da Educação, Eloizio Mercadante, concedeu entrevista sobre o assunto, na qual minimizou os problemas de infraestrutura enfrentados por universidades federais e os comparou às "dores do parto". Ele disse ainda que, do ponto de vista das questões salarial e de carreira, não há razões para a paralisação dos docentes. "Não me lembro de nenhuma greve semelhante, sem razão de ser", disse.

Confira a lista completa das universidades e institutos que estão total ou parcialmente paralisados:

Região Norte
- Universidade Federal do Amazonas
- Universidade Federal de Rondônia
- Universidade Federal de Roraima
- Universidade Federal Rural do Amazonas
- Universidade Federal do Pará
- Universidade Federal do Oeste do Pará
- Universidade Federal do Amapá
- Universidade Federal do Acre
- Universidade Federal do Tocantins

Região Nordeste
- Universidade Federal do Maranhão
- Universidade Federal do Piauí
- Instituto Federal do Piauí
- Universidade Federal do Semi-Árido
- Universidade Federal da Paraíba
- Universidade Federal de Campina Grande
- Universidade Federal Rural de Pernambuco
- Universidade Federal de Alagoas
- Universidade Federal de Sergipe
- Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
- Universidade Federal do Vale do São Francisco
- Universidade Federal de Pernambuco


Região Sul
- Universidade Federal do Paraná
- Universidade Federal Tecnológica do Paraná
- Universidade Federal do Rio Grande
- Universidade Federal do Pampa
- Universidade Federal de Santa Maria


Região Sudeste
- Universidade Federal do Triângulo Mineiro
- Universidade Federal de Uberlândia
- Universidade Federal de Viçosa
- Universidade Federal de Lavras
- Universidade Federal de Ouro Preto
- Universidade Federal de São João Del Rey
- Universidade Federal de Juiz de Fora
- Universidade Federal de Alfenas
- Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
- Centro Federal de Educação Tecnológica de MG
- Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais
- Universidade Federal do Espírito Santo
- Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
- Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
- Universidade Federal Fluminense
- Universidade Federal do Rio de Janeiro
- Universidade Federal de São Paulo

Região Centro-Oeste
- Universidade Federal do Mato Grosso
- Universidade Federal de Goiás
- Universidade de Brasília
- Universidade Federal da Grande Dourados

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/greve-atinge-47-instituicoes-federais-de-nivel-superior

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O Governo Dilma, A Greve Nacional dos Docentes e a Universidade de Serviços

Roberto Leher (UFRJ)

A longa sequência de gestos protelatórios que levaram os docentes das IFES a uma de suas maiores greves, alcançando 48 universidades em todo país (28/05), acaba de ganhar mais um episódio: o governo da presidenta Dilma cancelou a reunião do Grupo de Trabalho (espaço supostamente de negociação da carreira) do dia 28 de maio que, afinal, poderia abrir caminho para a solução da greve nacional que já completa longos dez dias. Existem algumas hipóteses para explicar tal medida irresponsavelmente postergatória:

(i) a presidenta – assumindo o papel de xerife do ajuste fiscal – cancelou a audiência pois, em virtude da crise, não pode negociar melhorias salariais para os docentes das universidades, visto que a situação das contas públicas não permite a reestruturação da carreira pretendida pelos professores;

(ii) apostando na divisão da categoria, a presidenta faz jogral de negociação com uma organização que, a rigor, é o seu espelho, concluindo que logo os professores, presumivelmente desprovidos de capacidade de análise e de crítica, vão se acomodar com o jogo de faz de conta, o que permitiria o governo Dilma alcançar o seu propósito de deslocar um possível pequeno ajuste nas tabelas para 2014, ano que os seus sábios assessores vindos do movimento sindical oficialista sabem que provavelmente será de difícil mobilização reivindicatória em virtude da Copa Mundial de Futebol, “momento de união apaixonada de todos os brasileiros”, e

(iii) sustentando um projeto de conversão das universidades públicas de instituições autônomas frente ao Estado, aos governos e aos interesses particularistas privados em organizações de serviços, a presidenta protela as negociações e tenta enfraquecer o sindicato que organiza a greve nacional para viabilizar o seu projeto de universidade e de carreira que ‘resignificam’ os professores como docentes-empreendedores, refuncionalizando a função social da universidade como organização de suporte a empresas, em detrimento de sua função pública de produção e socialização de conhecimento voltado para os problemas lógicos e epistemológicos do conhecimento e para os problemas atuais e futuros dos povos.

Em relação a primeira hipótese, a análise do orçamento 2012[1] evidencia que o gasto com pessoal segue estabilizado em torno de 4,3% do PIB, frente a uma receita de tributos federais de 24% do PIB. Entretanto, os juros e o serviço da dívida seguem consumindo o grosso dos tributos que continuam crescendo acima da inflação. Com efeito, entre 2001 e 2010 os tributos cresceram 265%, frente a uma inflação de 90% (IPCA). Conforme a LDO para o ano de 2012, a previsão de crescimento da receita é de 13%, porém os gastos com pessoal, conforme a mesma fonte, crescerá apenas 1,8% em valores nominais. O corte de R$ 55 bilhões em 2012 (mais de 22% das verbas do MCT) não é, obviamente, para melhorar o Estado social, mas, antes, para seguir beneficiando os portadores de títulos da dívida pública que receberam, somente em 2012, R$ 369,8 bilhões (até 11/05), correspondente a 56% do gasto federal[2]. Ademais, em virtude da pressão de diversos setores que compõem o bloco de poder, o governo Federal está ampliando as isenções fiscais, como recentemente para as corporações da indústria automobilística, renúncias fiscais que comprovadamente são a pior e mais opaca forma de gasto público e que ultrapassam R$ R$ 145 bilhões/ano. A despeito dessas opções em prol dos setores dominantes, algumas carreiras tiveram modestas correções, como as do MCT e do IPEA. Em suma, a hipótese não é verdadeira: não há crise fiscal. Os governos, particularmente desde a renegociação da dívida do Plano Brady (1994), seguem priorizando os bancos e as frações que estão no núcleo do bloco de poder (vide financiamento a juros subsidiados do BNDES, isenções para as instituições de ensino superior privadas-mercantis etc.). Contudo, os grandes números permitem sustentar que a intransigência do governo em relação a carreira dos professores das IFES não se deve a falta de recursos públicos para a reestruturação da carreira. São as opções políticas do governo que impossibilitam a nova carreira.

Segunda hipótese. De fato, seria muita ingenuidade ignorar que as medidas protelatórias objetivam empurrar as negociações para o final do semestre, impossibilitando os projetos de lei de reestruturação da carreira, incluindo a nova malha salarial e a inclusão destes gastos públicos na LDO de 2013. O simulacro de negociações tem como atores principais o MEC, que se exime de qualquer responsabilidade sobre as universidades e a carreira docente, o MPOG que defende a conversão da carreira acadêmica em uma carreira para empreendedores e, como coadjuvante, a própria organização pelega que faz o papel dos truões, alimentando a farsa do jogral das negociações.


Terceira hipótese. É a que possui maior lastro empírico. As duas hipóteses anteriores podem ser compreendidas de modo mais refinado no escopo desta última hipótese. De fato, o modelo de desenvolvimento em curso aprofunda a condição capitalista dependente do país, promovendo a especialização regressiva da economia. Se, em termos de PIB, os resultados são alvissareiros, a exemplo dos indicadores de concentração de renda que alavancam um seleto grupo de investidores para a exclusiva lista dos 500 mais ricos do mundo da Forbes, o mesmo não pode ser dito em relação à educação pública.

Os salários dos professores da educação básica são os mais baixos entre os graduados[3] e, entre as carreiras do Executivo, a dos docentes é a de menor remuneração. A ideia-força é de que os docentes crescentemente pauperizados devem ser induzidos a prestar serviços, seja ao próprio governo, operando suas políticas de alívio à pobreza, alternativa presente nas ciências sociais e humanas ou, no caso das ciências ditas duras, a se enquadrarem no rol das atividades de pesquisa e desenvolvimento (ditas de inovação), funções que a literatura internacional comprova que não ocorrem (e não podem ser realizadas) nas universidades[4]. A rigor, em nome da inovação, as corporações querem que as universidades sejam prestadoras de serviços diversos que elas próprias não estão dispostas a desenvolver pois envolveriam a criação de departamentos de pesquisa e desenvolvimento e a contratação de pessoal qualificado. O elenco de medidas do Executivo que operacionaliza esse objetivo é impressionante: Lei de Inovação Tecnológica, institucionalização das fundações privadas ditas de apoio, abertura de editais pelas agencias de fomento do MCT para atividades empreendedoras. Somente nos primeiros meses deste ano o Executivo viabilizou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, um ente privado, que submete os Hospitais Universitários aos princípios das empresas privadas e aos contratos de gestão preconizados no plano de reforma do Estado (Lei nº. 12.550, 15 de dezembro de 2012), a Funpresp (Fundação de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais), que limita ao teto de R$ 3.916,20, medida que envolve enorme transferência de ativos públicos para o setor rentista e que fragiliza, ainda mais, a carreira dos novos docentes, pois, além de não terem aposentadoria integral, não possuirão o FGTS, restando como última alternativa a opção pelo empreendedorismo que ilusoriamente (ao menos para a grande maioria dos docentes) poderia assegurar algum patrimônio para a aposentadoria. Ademais, frente à ruina da infraestrutura, os docentes devem captar recursos por editais para prover o básico das condições de trabalho. Por isso, nada mais coerente do que a insistência do Executivo em uma carreira que converte os professores em empreendedores que ganham por projetos, frequentemente ao custo da ética na produção do conhecimento [5].


Os operadores desse processo de reconversão da função social da universidade pública e da natureza do trabalho e da carreira docentes parecem convencidos de que já conquistaram os corações e as mentes dos professores e por isso apostam no impasse nas negociações. O alastramento da greve nacional dos professores das IFES, o vigoroso e emocionante apoio estudantil a essa luta sugerem que os analistas políticos do governo Federal podem estar equivocados. A adesão crescente dos professores e estudantes ao movimento comprova que existe um forte apreço da comunidade acadêmica ao caráter público, autônomo e crítico da universidade. E não menos relevante, de que a consciência política não está obliterada pela tese do fim da história [6]. A exemplo de outros países, os professores e os estudantes brasileiros demonstram coragem, ousadia e determinação na luta em prol de uma universidade pública, democrática e aberta aos desafios do tempo histórico!
 

 Rio de Janeiro, 27 de maio de 2012.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Valorização dos Professores - por Dilma Rousseff


Carta ao Ministro por Jeferson Dombroski

Caro ilustríssimo sr. Ministro,
 
Ouvi sobre a sua ignorância dos motivos de nossa greve nacional, e me senti compelido a esclarecê-lo (vício da profissão de professor, eu suponho). Peço desculpas se o meu português é ruim ou se a sequência das ideias é falha, mas esse é o meu valor. Se eu fosse mais capaz, estaria em uma profissão que me valorizasse mais. Seria ascensorista no Senado, por exemplo (ah, que sonho!). Como diria um vendedor de carros que eu conheço,  ”quem mandou estudar, agora aguente”.
 
Falo de boca cheia, o sr. diria. Argumentaria que recebo muito mais do que a grande maioria da população brasileira, e eu lhe responderia que são poucos os cargos federais que pagam menos do que o magistério, que existem cargos de nível médio no executivo federal que pagam melhor do que os professores doutores recebem. E que o professor é importante para o crescimento da nação (aprendi isso no debate da Dilma candidata - pareceu que ela realmente dá muito valor ao magistério. Votei nela).
 
Mas magistério é um sacerdócio, não é mesmo? É uma profissão feita de abnegação. O que mais explicaria um médico desistir de clinicar para receber o salário de professor federal? Bom, talvez se ele fosse um médico excepcionalmente ruim, daí o salário de professor federal compensasse. Então ele poderia ser um bom professor.
 
O grande motivo da nossa greve, sr. Ministro, é a busca por valorização profissional. Tenho vários colegas professores cujo sonho de vida, hoje, é passarem em concurso para o MCT, ou para o Judiciário, e eu, quem sou eu? Para mim, economicamente falando, me bastaria o emprego de ascensorista no Senado.
 
O sr. tem filhos, sr. Ministro? Netos, talvez? Almeja uma educação com qualidade para eles? O sr. sonha com uma sociedade educada? Culta? Sonha com o Brasil se destacando no mundo como o Japão fez depois da Segunda Guerra? Como a Coréia hoje?
 
O sr. sabe quais são as minhas condições de trabalho, sr. Ministro? Sabe que eu sequer tenho uma mesa para colocar a minha pasta quando eu entro para dar aulas? Sabe que eu, há dois anos, comprei um projetor para dar aulas? Que nós rasgamos as calças ao sentar nas carteiras, por causa dos pregos? Que o computador pessoal que eu uso para dar aulas também saiu do salário que deveria ir para a minha família? Sabe que na minha universidade não existe nenhuma calçada para as pessoas andarem?
 
O sr. imagina qual é a situação dos laboratórios dos cursos em que eu ministro aulas, que são cursos tradicionais, reconhecidos nacionalmente, e que não foram contemplados pelo Reuni? É, são ruins. Não são péssimos, sabe o por quê? Porque os professores, por mérito pessoal e muito trabalho, trazem recursos de pesquisa para dentro dos laboratórios (caramba, isso é desvio de recursos! Dá cadeia?).
 
O sr. sabe, é claro, que o perfil desejável do Professor Universitário Federal é que ele seja doutor, com dedicação exclusiva (é impedido de fazer bicos para completar o salário), pesquisador, orientador e extensionista, e que além das aulas de graduação, forme Mestres e Doutores. Qual é o perfil do profissional que o sr. precisa para executar essa missão? Eu lhe digo. Esse profissional, economicamente falando, é alguém que não teve a competência para achar nada melhor para fazer com a sua vida. É alguém que não foi capaz de passar em um concurso para ascensorista do Senado. É alguém que não conseguiu ser agente de saúde quando terminou o segundo grau, por exemplo.
 
Sim, eu “tenho” carro e eu “tenho” casa. Eu me alimento bem. Meu carro é velho (tem seis anos) e ainda vou demorar dois anos para acabar de pagar. Minha casa é velha também e eu ainda vou levar treze anos para pagar. Essas dívidas consomem quase 50% da minha renda familiar. Tenho que pensar antes de decidir sair para almoçar em um restaurante. E o pequeno detalhe é que tanto eu como a minha esposa somos professores universitários federais e doutores com dedicação exclusiva. Topo da carreira.
 
Bom, mas eu tenho uma perspectiva, não é? De progredir na carreira e melhorar meu salário? Perspectiva? não, não tenho. Não vejo nenhum futuro promissor. Essa carreira que o governo me oferece não irá melhorar a minha vida, a não ser um pouco, no momento mágico da progressão em que eu me tornar professor associado, ou com a utopia de passar pra professor titular (a minha universidade não tem nenhum. Teve uma vez, nos meus 22 anos de funcionalismo federal em universidades, que eu conheci pessoalmente um Titular. Deve ser mais fácil achar um jacaré no Tietê).
 
Eu espero, apesar das minhas deficiências, que o sr. tenha entendido um pouco do porque eu  e 45 universidades federais brasileiras estamos em greve. Desculpe-me se eu não posso elaborar mais, mas tenho um relatório de pesquisa para terminar e alunos de doutorado para atender, apesar da greve. Se eu achar tempo, também preciso ver se abriu vaga para ascensorista.
Um grande abraço, sr. Ministro, e obrigado por tudo.
Jeferson Dombroski

Pela Valorização da Docência

Sempre se fala em valorizar a educação pública neste país. Ao mesmo tempo, todos denunciam as péssimas condições de trabalho, inclusive salariais, dos professores brasileiros.

Há décadas reivindicam-se melhorias nas condições de trabalho dos professores, independente do nível de ensino ou da esfera de atuação: se pública ou se particular, se municipal, estadual ou federal. O fato é que na hora de se conceder as melhorias nas condições de trabalho e nos reajustes salariais, a resposta é a mesma: não!

Existe ainda uma espécie errônea de consenso nacional que leva a se conceber a
docência como um sacerdócio. Por conta das más condições de trabalho, governos e sociedade apelam que os professores e professoras sejam devotados, altruístas, abnegados.

As greves dos docentes brasileiros acontecem e se estendem por muito tempo porque, na hora da negociação salarial, os professores são tratados de forma desrespeitosa, como se fossem um estorvo social.

Alguns profissionais são respeitados neste país e contam com estrutura para trabalharem e com um salário condizente com sua função. Outros são considerados importantes e, quando reivindicam salários melhores, são atendidos. Mas os professores, não!

Jovens brasileiros querem ser jogadores de futebol, cantores, políticos, médicos,
engenheiros ou advogados. Mas, não querem ser professores.

A atual greve dos professores das universidades federais brasileiras é uma maneira de defender a profissão e mostrar à classe política deste país que professor deve ser tratado com respeito e valor!

A Presidenta da República Dilma Roussef pode dar ao país o exemplo histórico de começar a tratar os professores com a distinção e o respeito que a categoria e a profissão merecem. Até agora ainda não fez isso.

No entanto, confiamos que haverá entendimento. Somos professores. Amamos
nossa profissão. Reivindicamos a valorização da docência. Para isso, estamos em greve.

COMANDO LOCAL DE GREVE DA UTFPR

SINDUTF-PR

APOIO: DCE GECEL SINDITEST-PR

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Governo Decide Não Negociar com Professores das Universidades Federais em Greve

A colunista da BandNews FM, Mônica Bergamo, informou que o Governo Federal não vai negociar o aumento salarial dos professores pelo Brasil.


Ouça as informações da colunista Mônica Bergamo neste link.

Greve das Federais Promete Ser Longa

Desde 2005 a palavra greve não existia nas Universidades Federais. A aparente calmaria se deveu à uma maior disposição do Governo Lula para o diálogo, e também pelo reconhecimento de que era uma das piores carreiras da estrutura federal de Governo.

O Governo Lula tomou a decisão de resolver os problemas salarias de algumas categorias, em especial às atividades-meio, como AGU, CGU, etc., mas deixou de fora quem está na ponta, como os professores e médicos.

Mesmo assim, acordou que seria resolvido em uma fase posterior, mas ainda no seu Governo.

Acordou um reajuste emergencial em 2007, e que em 2010 uma nova carreira seria discutida, já que carreiras semelhantes já teriam sido resolvidas.

Apenas para situar o que aconteceu, vale a pena ver os dois gráfico de um estudo que fiz, mostrando que hoje os professores ganham menos que no ano de 1998, durante o Governo FHC, quando descontada a inflação.

Gráfico 1 – Salário nominal das carreiras, desde 1998.


Gráfico 2 – Salário real das carreiras com Base 100, descontada a inflação desde 1998.
 
Voltando ao ponto, apenas para explicar.

Em 2003, ganhávamos R$ 200,00 a mais que um pesquisador do IPEA com Doutorado (salário inicial). Hoje entramos ganhando menos R$ 5,5 mil do que o pesquisador do IPEA.

Chegou 2010 e Lula desconversou. Jogou o problema para 2011 e o Governo Dilma.

Este, por sua vez, para evitar a greve em 2011, acordou que até março de 2012 equipararia a carreira com o Ministério da Ciência e Tecnologia, e daria um aumento emergencial de 4% também para março, mesmo sabendo que este período de inflação (2 anos) representaria uma perda de aproximadamente 11%.

Houve toda boa vontade dos professores.

Chegou março, nem mesmo o aumento ridículo de 4% saiu. Carreira então, nem pensar. Apenas parcas discussões em reuniões enrolatórias.

Ao ver o sentimento de greve crescer, o Ministro da Educação Aloisio Mercadante tratou de ir atrás de Dilma para editar uma medida provisória para honrar os 4 % que deveria ter sido dado em março, mas aí já era tarde demais.

O sentimento de insatisfação dos professores era muito grande. Diria insustentável.

Claro que nesta hora o raso argumento de que muitos não merecem aumento aparece (já falei disso aqui no Acerto de Contas.). Inclusive alguns nem mereciam estar pela Universidade, mas a decisão sobre isso está no comportamento estratégico a respeito de educação, não apenas no sentimento do que é justo para o professor. Deve-se pensar no que é importante para o país.

É objetivo do Governo jogar a educação pública superior na mesma lata de lixo que jogaram o ensino básico?

É correto ofertar a quem passou 6 anos fazendo mestrado e doutorado salário inferior a um Policial Rodoviário apenas com graduação?

É essa a estratégia de Universidade do Governo Federal?

Se for, apenas se preocupe em discutir com a comunidade e avise que a partir de agora é cada um por si. Decida que a Dedicação Exclusiva é conto de fadas e oficialize este novo cenário.

Com o histórico salarial das universidades, o que acabou acontecendo é que a maioria dos bons professores, especialmente de áreas mais próximas ao mercado, acabaram se envolvendo em projetos paralelos para compor o salário.

E digo mais, muitos ganhando fora mais do que o próprio salário, seja em bolsas de fomento ou projetos ligados a órgãos públicos e privados.

Com isso, sobrou o vazio dos corredores das federais, ficando por ali apenas os samaritanos competentes ou os encostados incompetentes. O caminho mais objetivo para os mais produtivos é o sumiço das universidades.

O resultado é o péssimo clima organizacional nos departamentos, muitos deles em absoluto conflito de pares, brigando por migalhas de poder e recursos.

Ao contrário de outras greves, esta pode estabilizar e dar um novo rumo às universidades. O que está em jogo é um novo plano de carreira.

É a luta que vale a pena participar.

Voltando à greve

Com este clima de esvaziamento de debates e de pessoas, os professores simplesmente não aparentavam a mínima disposição para o conflito por salários.

Mas uma coisa essencial mudou nas universidades.

Os novos campi e universidades, muitos instalados no interior dos Estados, receberam um grande contingente de professores novos nos últimos 5 anos. E a maioria destes não têm doutorado, apenas o mestrado. E com isso recebem salários mais baixos, por volta de R$ 5 mil bruto, mesmo em Dedicação Exclusiva. Depois dos descontos, ficam com R$ 4 mil líquido.

E não estando dispostos a ficar esperando o acaso, resolveram ir à luta.
São eles que encheram as assembleias docentes no país e assumiram o papel que deveria ser de quem é mais experiente e está no comando dos departamentos e centros.

E o Proifes?

O mais patético nesta história toda é o comportamento pelego do Sindicato Paralelo chamado Proifes.

Para quem não sabe, o Proifes surgiu durante o Governo Lula, com a promessa de dinamizar as negociações, já que o Andes (O Sindicato Oficial) não se entendia para isso.

Confesso que fui iludido e caí nesta conversa. Defendi a criação do Proifes, e errei feio.

Pois bem. Em meio ao furacão da discussão sobre a greve, em pleno 14 de maio, começa a divulgar notas em espanhol, acompanhando um congresso, como se nada estivesse acontecendo.

Como se não existisse um indicativo do Andes para o dia 17 de maio.
Depois desse comportamento surreal, para não dizer esquizofrênico, começou a se esforçar em dizer que não existe greve nas Universidades.

É a pelegagem do Século XXI, atuando via redes sociais.

Reunião com o Governo Cancelada

Na verdade esta história toda que comecei a contar foi para dizer que acabei de saber da notícia que o Governo simplesmente cancelou a reunião marcada para o dia 28 de maio, que iria discutira a carreira.

Ou resolveu endurecer o jogo, como fez com outras categorias, ou resolveu parar para formular uma proposta decente de acordo. Ainda não se sabe.

Fim da greve?

Os meus 22 anos de Universidade (5 deles apenas como aluno de graduação), permitem induzir que esta greve ainda vai demorar um pouco para acabar.

O prazo para envio de proposta orçamentária é dia 31 de agosto.

Salvo algum milagre de comportamento, o Governo vai esticar a corda com os professores até onde pode, e os Sindicatos idem. Este é o prazo em que estou me baseando para o desfecho. Pode até acontecer algo diferente, mas será fora do usual.

Ainda mais porque não é apenas um reajuste salarial que está em jogo, mas o reposicionamento da carreira, que é muito complexa, com seus 21 níveis de progressão.

Na prática muitos professores irão acabar o semestre durante a greve, mas após o fim desta, as Universidades serão obrigadas a reposicionar o calendário, dando as semanas que faltam para este semestre, e ainda um recesso de pelo menos 3/4 semanas para as provas finais e matrícula.

Defendo inclusive que se resolva alguns casos especiais de alunos com viagem marcada (caso dos intercambistas com visto de estudo até julho), já que o início do próximo semestre já está comprometido.

Como faltaria ainda 6 semanas para o fim do semestre, juntando com as 4 de recesso para matrícula e finais, teremos 10 semanas (2 meses e meio) para o início do semestre 2012.2.

Então, em um cenário otimista, com a greve terminando no fim de agosto, o próximo período só terá início na metade de novembro.

Posso até errar, mas o histórico anterior aponta para isso.

O que o aluno deve fazer?

Claro que minha previsão pode se mostrar errada, mas sendo plausível, o aluno deve se programar para tirar suas férias em julho, que será quando os professores que furaram a greve acabarão suas turmas, e o restante ainda estará em greve. E essas “férias” poderão ser prorrogadas até o fim de agosto.

Então não há o que fazer, a não ser se programar.

Em outras palavras, se organize para as férias de julho porque Natal e Carnaval serão no campus. Na pior das hipóteses cancela a viagem do meio do ano se a greve voltar, reprogramando para o recesso de matrícula (as 3/4 semanas que disse).

E antes de pensar que isso só prejudica os alunos, pense que os professores também comprometeram suas férias, além de estarem sendo prejudicados há anos pelo Governo, que nem ao menos se prontifica a discutir seriamente o assunto.

Pelo menos é o que o Governo está demonstrando com o cancelamento da reunião do dia 28 de maio.

Fonte: http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=1705344919136651474#editor/target=post;postID=4381221250998198564


sábado, 26 de maio de 2012

Por Que os Professores das Universidades Federais Estão em Greve?

Após mais de cinco anos sem greves unificadas, os professores
das universidades federais brasileiras optaram por parar por tempo
indeterminado, a partir de 17/05/2012. Por quê?

Em agosto de 2011, após extensas negociações com o governo
federal, os docentes das universidades federais brasileiras aceita-
ram a proposta da Presidenta da República, em caráter emergencial,
de:

* Receber uma correção de 4% no salário, percentual abaixo da
inflação oficial do período, que foi de 6,5% em 2011;

* Ter incorporada ao vencimento básico uma das gratificações que
compõe o salário dos professores;

* Adiar as demais reivindicações para instituir um grupo de traba-
lho formado por sindicato e governo federal, a fim de avaliá-las.

Esse acordo foi firmado entre governo federal e professores. O
governo disse que só poderia efetivá-lo em março de 2012. Os pro-
fessores aceitaram. Mas o acordo não foi efetivado.

O GOVERNO FEDERAL NÃO CUMPRIU O ACORDO

Mesmo com os professores aceitando as propostas e instituindo
o grupo de trabalho, o acordo não se efetivou. Por isso, os professo-
res das universidades federais brasileiras se reuniram e iniciaram a
greve.

Ao saber da possibilidade da greve, o governo federal publicou
emergencialmente, em 14/05/2012, uma medida provisória (MP-568/
12) concedendo o reajuste salarial de 4% e a incorporação de uma
das gratificações. Medida provisória é provisória – ela dura 60 dias, estendendo-se por, no máximo, mais 60. Não há garantia alguma
de que ela vá vigorar depois disso. Dessa maneira, ainda não exis-
te uma política de cargos e salários condizente com a importância
da carreira docente.

Nessa mesma medida provisória, o governo federal diminuiu o
valor, arbitrariamente, dos adicionais de insalubridade e de
periculosidade dos professores e dos demais servidores federais.

Em vez de discutir condições de trabalho com menos exposição
aos fatores de insalubridade e de periculosidade, o governo federal
tenta, por força da lei, prejudicar monetariamente os professores e
servidores que trabalham sob essas condições, pagando menores
valores para esses adicionais.

DESRESPEITO COM A EDUCAÇÃO DE TODOS OS BRASILEIROS
Enganado está sendo o Brasil, e não somente os professores

Os professores não têm correção salarial há mais de dois anos,
sem contar as perdas salariais históricas que, somente desde 2010
somam mais de 20%, de forma que 4% não seria aumento nenhum.
Só aceitaram a proposta do governo por entender que seria o início
de uma discussão produtiva para a educação no país.

INFELIZMENTE, O GOVERNO BRASILEIRO SÓ SE LEMBRA DE
QUE EXISTE EDUCAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL QUANDO OS
PROFESSORES FAZEM GREVE.

Para lembrá-lo, estamos em greve.

COMANDO LOCAL DE GREVE DA UTFPR (CÂMPUS CURITIBA)

SINDUTF-PR

APOIO: DCE–CURITIBA GECEL–CURITIBA SINDITEST-PR

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Mais duas universidades federais devem entrar em greve

Com adesão, o número de instituições paralisadas pode chegar a 52 na segunda-feira

A UFDG (Universidade Federal da Grande Dourados) e o campus Jataí da UFG  (Universidade Federal de Goiás) devem aderir à paralisação nacional de professores na próxima segunda-feira (28), afirma o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior). Além das duas, a UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) já havia anunciado adesão.

A paralisação geral começou no dia 17 de maio e, com as três universidades, o número de instiuições paralisadas deve chegar a 52 na segunda-feira.

Hoje, alunos de 49 instituições estão sem aula, sendo 45 universidades federais e quatro institutos federais: CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica) de Minas Gerais; IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais); IFPI (Instituto Federal do Piauí) e Instituto Federal e Tecnológico do Sudeste de Minas Gerais.

O sindicato da categoria estima que cerca de 500 mil alunos estão sem aulas por conta da greve. Entre as principais reivindicações estão a incorporação de gratificações, acréscimo de titulação, melhores condições de trabalho e reestruturação do plano de carreira nos campi criados com o Reuni.

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Os professores também pedem aumento do piso salarial dos atuais R$ 557,51 para R$ 2.329,35, valor calculado pelo Dieese como salário mínimo para suprir as necessidades previstas na Constituição Federal.

Outro lado

Em nota divulgada na quinta-feira, o MEC (Ministério da Educação), informou que "as negociações salariais com o sindicato começaram em agosto passado, quando foi acertada a proposição de um reajuste salarial linear de 4%, a partir de março de 2012".
Segundo a notificação oficial, o ministro Aloizio Mercadante interferiu diretamente junto a presidenta Dilma Rousseff para acelerar a aprovação do projeto de lei que previa o aumento para a categoria. "A medida provisória foi assinada na sexta-feira (11) e publicada no Diário Oficial, assegurando o reajuste de 4% retroativo ao mês de março, além das gratificações específicas do magistério superior e de atividade docente do ensino básico, técnico e tecnológico".

Com relação ao plano de carreira dos professores e funcionários, o MEC informou que a "negociação prevê sua aplicação somente em 2013". De acordo com a nota, os recursos devem ser definidos até agosto deste ano.


Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento afirmou que a greve dos professores é "precipitada" e que as reivindicações da categoria serão discutida em reunião marcada para o dia 28 de maio.

Confira a lista das instituições federais que aderiram à greve

1. CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica) de Minas Gerais
2. FURG (Universidade Federal do Rio Grande)
3. IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais)
4. IFPI (Instituto Federal do Piauí)
5. Instituto Federal e Tecnológico do Sudeste de Minas Gerais
6. UFAC (Universidade Federal do Acre)
7. UFAL (Universidade Federal de Alagoas)
8. UFAM (Universidade Federal do Amazonas)
9. UFCG (Universidade Federal de Campina Grande)
10. UFERSA (Universidade Federal do Semi-Árido) – Mossoró
11. UFES (Universidade Federal do Espírito Santo)
12. UFF (Universidade Federal Fluminense)
13. UFG (Universidade Federal de Goiás) - Campus Catalão
14. UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora)
15. UFLA (Universidade Federal de Lavras)
16. UFMA (Universidade Federal do Maranhão)
17. UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso)
18. UFMT-RO (Universidade Federal do Mato Grosso / Rondonópolis)
19. UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)
20. UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará)
21. UFPA (Universidade Federal do Pará /Central)
22. UFPA (Universidade Federal do Pará /Marabá)
23. UFPB (Universidade Federal da Paraíba / Cajazeiras)
24. UFPB (Universidade Federal da Paraíba)
25. UFPB-PATOS (Universidade Federal da Paraíba / Patos)
26. UFPE (Universidade Federal de Pernambuco)
27. UFPI (Universidade Federal do Piauí)
28. UFPR (Universidade Federal do Paraná)
29. UFRA (Universidade Federal Rural da Amazônia)
30. UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)
31. UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)
32. UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
33. UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco)
34. UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)
35. UFS (Universidade Federal de Sergipe)
36. UFSJ (Universidade Federal de São João Del Rey)
37. UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro)
38. UFU (Universidade Federal de Uberlândia)
39. UFV (Universidade Federal de Viçosa)
40. UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri)
41. UnB (Universidade de Brasília)
42. Unifal (Universidade Federal de Alfenas)
43. Unifap (Universidade Federal do Amapá)
44. Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
45. Unipampa (Universidade Federal do Pampa)
46. Unir (Universidade Federal de Rondônia)
47. Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)
48. Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco)
49. UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná)

Fonte: http://noticias.r7.com/educacao/noticias/mais-tres-universidades-devem-aderir-a-greve-nesta-segunda-feira-28-20120525.html

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Depois de Unifesp, UFRJ adere à greve; já são 43 universidades

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) confirmou nesta terça-feira a adesão à greve nacional de professores. Os docentes decidiram em assembleia pela interrupção das atividades por tempo indeterminado. Mais cedo, professores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) anunciaram a paralisação de cinco dos seis campi da instituição a partir de amanhã. Os docentes das universidades federais Fluminense (UFF) e de Alfenas (Unifal) também aderiram hoje ao movimento grevista.

Com isso, já são 43 instituições integradas ao movimento, segundo levantamento do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Até o fim de semana, o sindicato espera contabilizar 50 entidades. Na próxima segunda, dia 28, haverá uma reunião com o governo. Contudo, não há uma perspectiva de acordo. "Duvido. A não ser que a proposta do governo chegue muito perto da nossa. Mas não deve ocorrer já na segunda e nós seguiremos em greve", afirma Aluísio Porto, da comissão de comunicação do Comando Nacional de Greve do Andes.

No Brasil, são 64 seções sindicais de 59 universidades federais ligadas ao Andes.

Entenda o caso

Em greve desde o dia 17 de maio, os professores das universidades federais reivindicam a reestruturação da carreira e reclamam de condições precárias de trabalho, atribuídas à falta de estrutura nas instituições. "Hoje, para chegar ao teto da carreira, o professor levaria quase 30 anos", declara Porto.

De acordo com o dirigente sindical, foram feitas mais de 10 reuniões com o Ministério do Planejamento para revisão dos planos de carreira, mas não houve avanço na negociação. "Eles estão conversando conosco. Mas está tudo muito lento", diz.

O Ministério da Educação (MEC) informou por meio de nota que "reafirma sua confiança no diálogo e no zelo pelo regime de normalidade das atividades dos campi universitários federais". O governo ressalta que o aumento de 4% negociado no ano passado com os sindicatos já está garantido por medida provisória assinada no dia 11 de maio. O aumento será retroativo a março, conforme previsto no acordo firmado com as entidades.

"Com relação ao plano de carreira, a negociação prevê sua aplicação em 2013. Os recursos devem ser definidos na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) até agosto deste ano, o que significa que temos tempo. As negociações entre o Ministério do Planejamento e as representações sindicais seguem abertas", explicou o MEC.

Confira as universidades que já aderiram à greve:

1. Universidade Federal do Amazonas
2. Universidade Federal de Roraima
3. Universidade Federal Rural do Amazonas
4. Universidade Federal do Pará
5. Universidade Federal do Oeste do Pará
6. Universidade Federal do Amapá
7. Universidade Federal do Maranhão
8. Universidade Federal do Piauí
9. Universidade Federal do Semi-Árido (Mossoró)
10. Universidade Federal da Paraíba
11. Universidade Federal de Campina Grande
12. Universidade Federal Rural de Pernambuco
13. Universidade Federal de Alagoas
14. Universidade Federal de Sergipe
15. Universidade Federal do Triângulo Mineiro
16. Universidade Federal de Uberlândia
17. Universidade Federal de Viçosa
18. Universidade Federal de Lavras
19. Universidade Federal de Ouro Preto
20. Universidade Federal de São João Del Rey
21. Universidade Federal do Espírito Santo
22. Universidade Federal do Paraná
23. Universidade Federal do Rio Grande
24. Universidade Federal do Mato Grosso
25. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
26. Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha Mucuri
27. Universidade Tecnológica Federal do Paraná
28. Instituto Federal do Piauí
29. Centro Federal de Educação Tecnológica de MG
30. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
31. Universidade do Vale do São Francisco (Juazeiro)
32. Universidade Federal de Goiás (Catalão)
33. Universidade Federal de Pernambuco
34. Universidade Federal do Acre
35. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
36. Universidade Federal do Rondônia
37. Universidade de Brasília
38. Universidade Federal de Juiz de Fora
39. Universidade Federal do Pampa
40. Universidade Federal Fluminense
41. Universidade Federal de Alfenas
42. Universidade Federal de São Paulo
43. Universidade Federal do Rio de Janeiro

Fonte: http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5788731-EI8266,00-Depois+de+Unifesp+UFRJ+adere+a+greve+ja+sao+universidades.html

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Chega a 42 o número de universidades federais em greve

Professores da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) em assembleia sobre a greve. Até o momento, 34 universidades federais de todo o País aderiram o movimento

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Já chega a 42 o número de universidades federais em greve no País. A paralisação de professores das Ifes (Instituições Federais de Ensino Superior) começou na quinta-feira (17) passada e acontecerá por tempo indeterminado.
Nesta segunda-feira (21), aderiram à paralisação a UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) e a UnB (Universidade de Brasília).

A greve dos professores já atinge 71% das universidades federais do País, que tem, ao todo, 59 universidades vinculadas ao governo federal.

Além das 41 universidades, os professores do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) de Minas Gerais, do IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais) e do Instituto Federal e Tecnológico do Sudeste de Minas Gerais também cruzaram os braços.

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Não há um balanço total de alunos afetados pela paralisação, nem de quantos professores aderiram ao movimento. De acordo com o Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), a greve ainda pode crescer e também se estender para outras instituições, inclusive estaduais.
As principais reivindicações da categoria são valorização da carreira e melhoria da qualidade de ensino e trabalho dos docentes. Além de pedidos específicos de cada instituição.

Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, a greve foi adotada pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) e UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro). A UFF (Universidade Federal Fluminense) deve aderir à greve na terça-feira.

Paraíba

Professores na UFPB (Universidade Federal da Paraíba) e UFCG (Universidade Federal de Campina Grande) estão paralisados desde a última quarta-feira (16). Na semana passada, a greve prejudicou o atendimento do Hospital Universitário, que foi suspenso. Segundo a direção das universidades, mais de 62 mil alunos estão sem aula.

Ceará e Pernambuco

Das três universidades federais de Pernambuco, a primeira a paralisar as atividades docentes foi a Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco), que entrou em greve na terça-feira (15). Situada em área de fronteira com os Estados da Bahia e Piauí, a estimativa do sindicato dos docentes é de que mais de 95% dos cerca de 400 professores aderiram à greve nacional por tempo indeterminado em todos os seus cinco campi — distribuídos em cidades dos três Estados.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco tem a adesão de 90% dos seus 1,1 mil professores, de acordo com o comando de greve. O total de alunos nos seus 40 cursos de graduação é de 15 mil. A expectativa é de expansão da adesão na próxima semana.

Já a Universidade Federal de Pernambuco, com 2,5 mil professores e 32 mil alunos em 93 cursos de graduação presenciais, deflagrou a greve na quinta e ainda não tem um balanço do porcentual de adesão. De acordo com o sindicato da categoria, muitos professores ainda foram à sala de aula nesta sexta-feira para conscientizar os alunos.

Os professores da Universidade Federal do Ceará estão entre os que não aderiram à greve nacional. Os professores associados ao sindicato decidiram convocar nova assembleia para apreciar as propostas negociadas com o governo federal até 31 de maio.

São Paulo
Na terça-feira (22), os docentes da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) farão assembleia para decidir se entram em greve.

Confira as instituições que aderiram à greve 
1. CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica) de Minas Gerais
2. FURG (Universidade Federal do Rio Grande)
3. IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais)
4. IFPI (Instituto Federal do Piauí)
5. Instituto Federal e Tecnológico do Sudeste de Minas Gerais
6. UFAC (Universidade Federal do Acre)
7. UFAL (Universidade Federal de Alagoas)
8. UFCG (Universidade Federal de Campina Grande)
9. UFERSA (Universidade Federal do Semi-Árido) – Mossoró
10. UFES (Universidade Federal do Espírito Santo)
11. UFG (Universidade Federal de Goiás) – Campus Catalão
12. UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora)
13. UFLA (Universidade Federal de Lavras)
14. UFMA (Universidade Federal do Amazonas)
15. UFMA (Universidade Federal do Maranhão)
16. UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso)
17. UFMT-RO (Universidade Federal do Mato Grosso / Rondonópolis)
18. UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)
19. UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará)
20. UFPA (Universidade Federal do Pará /Central)
21. UFPA (Universidade Federal do Pará /Marabá)
22. UFPB (Universidade Federal da Paraíba / Cajazeiras)
23. UFPB (Universidade Federal da Paraíba)
24. UFPB-PATOS (Universidade Federal da Paraíba / Patos)
25. UFPE (Universidade Federal de Pernambuco)
26. UFPI (Universidade Federal do Piauí)
27. UFPR (Universidade Federal do Paraná)
28. UFRA (Universidade Federal Rural do Amazônia)
29. UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)
30. UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)
31. UFRO (Universidade Federal de Rondônia)
32. UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco)
33. UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)
34. UFS (Universidade Federal de Sergipe)
35. UFSJ (Universidade Federal de São João Del Rey)
36. UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro)
37. UFU (Universidade Federal de Uberlândia)
38. UFV (Universidade Federal de Viçosa)
39. UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri)
40. UnB (Universidade de Brasília)
41. Unifal (Universidade Federal de Alfenas)
42. Unifap (Universidade Federal do Amapá)
43. Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)
44. Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco)
45. UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná)




Fonte: Boainformacao.com.br http://www.boainformacao.com.br/2012/05/chega-a-42-o-numero-de-universidades-federais-em-greve/

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Pelo menos 37 federais aderem à greve nacional de professores

A Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) confirmou nesta sexta-feira a adesão à greve nacional de professores. No total, 37 instituições federais (universidades e institutos) já confirmaram a paralisação as atividades por tempo indeterminado. No Brasil, são 59 universidades federais. A previsão, segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), é de que mais instituições paralisem.


Entre as reivindicações, estão a reestruturação da carreira da categoria e as condições precárias de trabalho, atribuídas à falta de estrutura nas instituições. No Brasil, são 64 seções sindicais de 59 universidades federais ligadas ao Andes.

De acordo com Aloisio Porto, do Comando de Greve da Andes, o atual plano não permite um crescimento satisfatório do professor ao longo da carreira. "Hoje para chegar no teto da carreira ele levaria quase 30 anos". De acordo com o dirigente sindical, foram feitas mais de dez reuniões com o Ministério do Planejamento para revisão dos planos, mas não houve avanço na negociação. Assembleias marcadas para amanhã e para o início da próxima semana devem confirmar a adesão de professores de outras instituições à paralisação, segundo Porto.

O Ministério da Educação (MEC) informou, por meio de nota, que "reafirma sua confiança no diálogo e no zelo pelo regime de normalidade das atividades dos campus universitários federais". O governo ressalta que o aumento de 4% negociado no ano passado com os sindicatos já está garantido por medida provisória assinada no dia 11 de maio. O aumento será retroativo a março, conforme previsto no acordo firmado com as entidades.

"Com relação ao plano de carreira, a negociação prevê sua aplicação em 2013. Os recursos devem ser definidos na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) até agosto deste ano, o que significa que temos tempo. As negociações entre o Ministério do Planejamento e as representações sindicais seguem abertas", explicou o MEC.

Veja as instituições que aderiram à greve nacional de professores:
1 - Universidade Federal do Amazonas (Ufam)
2 - Universidade Federal de Rondônia (Unir)
3 - Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
4 - Universidade Federal do Pará (UFPA) - Campi Central e Marabá
5 - Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
6 - Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
7 - Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
8 - Universidade Federal do Piauí (UFPI)
9 - Universidade Federal do Semi-Árido (UFERSA) - Campus Mossoró
10 - Universidade Federal da Paraíba (UFPB)- Campi Central, Patos e Cajazeiras
11 - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
12 - Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
13 - Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
14 - Universidade Federal de Sergipe (UFS)
15 - Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
16 - Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
17 - Universidade Federal de Viçosa (UFV)
18 - Universidade Federal de Lavras (UFLA)
19 - Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
20 - Universidade Federal de São João Del Rey (UFSJ)
21 - Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)
22 - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
23 - Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
24 - Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT)- Campi Central e Rondonópolis
25 - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
26 - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
27 - Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
28 - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
29 - Universidade do Vale do São Francisco (Univasf) - Campus Juazeiro
30 - Universidade Federal de Goiás (UFG) - Campus Catalão
31 - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
32 - Universidade Federal do Acre (Ufac)
33 - Universidade de Brasília (UnB)
34 - Universidade Federal Fluminense (UFF)
35 - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio)
36 - Instituto Federal do Piauí
37 - Instituto Federal de Minas Gerais

Com informações da Agência Brasil

NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE A GREVE NA UTFPR - Câmpus Francisco Beltrão


Em respeito à sociedade Beltronense que acolheu a UTFPR, prestamos esclarecimentos sobre a greve que se dará a partir do dia 19 de maio (sábado) em solidariedade ao movimento nacional de paralisação dos docentes e em apoio ao movimento dos servidores públicos federais. 

A paralisação das atividades de uma universidade é um ato extremo, pois prejudica o trabalho realizado por todos nós ao longo do tempo. Infelizmente, a imagem que se tem do servidor público é de um trabalhador diferenciado, que trabalha pouco, que é bem remunerado e que se aproveita das benesses do Estado. Porém, na grande maioria das repartições federais, o servidor público é caracterizado por dois fatores: nunca tem tempo suficiente para terminar o serviço do dia, é altamente qualificado e é mal remunerado.

Toda categoria profissional tem data-base, isto não ocorre com o servidor público. Ficamos tristes ao verificar que ainda no terceiro mandato de um governo trabalhista isto ainda não correu.

Os reajustes precisam ser aprovados pelo congresso, por meio de uma lei, que precisa definir as fontes de recursos, que devem estar previstas na lei de diretrizes orçamentárias (LDO), votada no mês de agosto. O orçamento é preparado pelo Ministério de Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG), o qual, neste ano, não prevê reajuste para o ano que vem 2013, isto é, SEIS anos sem reajuste. O que dá 25,52% de inflação desde 2008 até hoje e mais de 30% se ficarmos os seis anos sem reajuste. Isto ocorre com todas as categorias do funcionalismo público federal, não apenas com os professores.

Além disso, o governo federal tem um compromisso com as comunidades que acolheram estas instituições, pois o congelamento de salários tem repercussão na economia destas cidades. No caso de Francisco Beltrão, há muitas instituições federais, todas elas com seus proventos congelados há muito tempo. 

Nossas Reivindicações:

  • Definição de uma data base;

  • Reajuste salarial conforme o IPCA-15;

  • Incorporação das gratificações (que podem ser retiradas);

  • Equiparação salarial com o Ministério de Ciências e Tecnologia;

  • Plano único de carreira