Após mais de cinco anos sem greves unificadas, os professores
das universidades federais brasileiras optaram por parar por tempo
indeterminado, a partir de 17/05/2012. Por quê?
Em agosto de 2011, após extensas negociações com o governo
federal, os docentes das universidades federais brasileiras aceita-
ram a proposta da Presidenta da República, em caráter emergencial,
de:
* Receber uma correção de 4% no salário, percentual abaixo da
inflação oficial do período, que foi de 6,5% em 2011;
* Ter incorporada ao vencimento básico uma das gratificações que
compõe o salário dos professores;
* Adiar as demais reivindicações para instituir um grupo de traba-
lho formado por sindicato e governo federal, a fim de avaliá-las.
Esse acordo foi firmado entre governo federal e professores. O
governo disse que só poderia efetivá-lo em março de 2012. Os pro-
fessores aceitaram. Mas o acordo não foi efetivado.
O GOVERNO FEDERAL NÃO CUMPRIU O ACORDO
Mesmo com os professores aceitando as propostas e instituindo
o grupo de trabalho, o acordo não se efetivou. Por isso, os professo-
res das universidades federais brasileiras se reuniram e iniciaram a
greve.
Ao saber da possibilidade da greve, o governo federal publicou
emergencialmente, em 14/05/2012, uma medida provisória (MP-568/
12) concedendo o reajuste salarial de 4% e a incorporação de uma
das gratificações. Medida provisória é provisória – ela dura 60 dias, estendendo-se por, no máximo, mais 60. Não há garantia alguma
de que ela vá vigorar depois disso. Dessa maneira, ainda não exis-
te uma política de cargos e salários condizente com a importância
da carreira docente.
Nessa mesma medida provisória, o governo federal diminuiu o
valor, arbitrariamente, dos adicionais de insalubridade e de
periculosidade dos professores e dos demais servidores federais.
Em vez de discutir condições de trabalho com menos exposição
aos fatores de insalubridade e de periculosidade, o governo federal
tenta, por força da lei, prejudicar monetariamente os professores e
servidores que trabalham sob essas condições, pagando menores
valores para esses adicionais.
DESRESPEITO COM A EDUCAÇÃO DE TODOS OS BRASILEIROS
Enganado está sendo o Brasil, e não somente os professores
Os professores não têm correção salarial há mais de dois anos,
sem contar as perdas salariais históricas que, somente desde 2010
somam mais de 20%, de forma que 4% não seria aumento nenhum.
Só aceitaram a proposta do governo por entender que seria o início
de uma discussão produtiva para a educação no país.
INFELIZMENTE, O GOVERNO BRASILEIRO SÓ SE LEMBRA DE
QUE EXISTE EDUCAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL QUANDO OS
PROFESSORES FAZEM GREVE.
Para lembrá-lo, estamos em greve.
COMANDO LOCAL DE GREVE DA UTFPR (CÂMPUS CURITIBA)
SINDUTF-PR
APOIO: DCE–CURITIBA GECEL–CURITIBA SINDITEST-PR
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