sábado, 26 de maio de 2012

Por Que os Professores das Universidades Federais Estão em Greve?

Após mais de cinco anos sem greves unificadas, os professores
das universidades federais brasileiras optaram por parar por tempo
indeterminado, a partir de 17/05/2012. Por quê?

Em agosto de 2011, após extensas negociações com o governo
federal, os docentes das universidades federais brasileiras aceita-
ram a proposta da Presidenta da República, em caráter emergencial,
de:

* Receber uma correção de 4% no salário, percentual abaixo da
inflação oficial do período, que foi de 6,5% em 2011;

* Ter incorporada ao vencimento básico uma das gratificações que
compõe o salário dos professores;

* Adiar as demais reivindicações para instituir um grupo de traba-
lho formado por sindicato e governo federal, a fim de avaliá-las.

Esse acordo foi firmado entre governo federal e professores. O
governo disse que só poderia efetivá-lo em março de 2012. Os pro-
fessores aceitaram. Mas o acordo não foi efetivado.

O GOVERNO FEDERAL NÃO CUMPRIU O ACORDO

Mesmo com os professores aceitando as propostas e instituindo
o grupo de trabalho, o acordo não se efetivou. Por isso, os professo-
res das universidades federais brasileiras se reuniram e iniciaram a
greve.

Ao saber da possibilidade da greve, o governo federal publicou
emergencialmente, em 14/05/2012, uma medida provisória (MP-568/
12) concedendo o reajuste salarial de 4% e a incorporação de uma
das gratificações. Medida provisória é provisória – ela dura 60 dias, estendendo-se por, no máximo, mais 60. Não há garantia alguma
de que ela vá vigorar depois disso. Dessa maneira, ainda não exis-
te uma política de cargos e salários condizente com a importância
da carreira docente.

Nessa mesma medida provisória, o governo federal diminuiu o
valor, arbitrariamente, dos adicionais de insalubridade e de
periculosidade dos professores e dos demais servidores federais.

Em vez de discutir condições de trabalho com menos exposição
aos fatores de insalubridade e de periculosidade, o governo federal
tenta, por força da lei, prejudicar monetariamente os professores e
servidores que trabalham sob essas condições, pagando menores
valores para esses adicionais.

DESRESPEITO COM A EDUCAÇÃO DE TODOS OS BRASILEIROS
Enganado está sendo o Brasil, e não somente os professores

Os professores não têm correção salarial há mais de dois anos,
sem contar as perdas salariais históricas que, somente desde 2010
somam mais de 20%, de forma que 4% não seria aumento nenhum.
Só aceitaram a proposta do governo por entender que seria o início
de uma discussão produtiva para a educação no país.

INFELIZMENTE, O GOVERNO BRASILEIRO SÓ SE LEMBRA DE
QUE EXISTE EDUCAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL QUANDO OS
PROFESSORES FAZEM GREVE.

Para lembrá-lo, estamos em greve.

COMANDO LOCAL DE GREVE DA UTFPR (CÂMPUS CURITIBA)

SINDUTF-PR

APOIO: DCE–CURITIBA GECEL–CURITIBA SINDITEST-PR

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